É inegável a velocidade e a
intensidade das transformações sociais, políticas e econômicas em todo o mundo.
Mas o que tem sido feito, pelas empresas, para acompanhar estas mudanças tão
turbulentas? Que respostas têm sido dadas às pressões do ambiente externo?
Estamos mudando a organização, sistema de trabalho e, principalmente, o
comportamento das pessoas para enfrentar e vencer este desafio do mundo
globalizado da competitividade, de profissionais mais maduros e conscientes? É
aqui que entra a síndrome do "sapo fervido".
Vários estudos biológicos provam que
um sapo colocado num recipiente, com a mesma água de sua lagoa, fica estático
durante todo o tempo que aquecemos a água, até que ferva. O sapo não reage ao
gradual aumento da temperatura (mudanças do ambiente) e morre quando a água
ferve. lnchadinho e feliz. Por outro lado, outro sapo que seja jogado neste
recipiente já com a água fervendo salta imediatamente para fora. Meio
chamuscado, porém vivo!
Muitos de nós têm comportamento
similar ao do SAPO FERVIDO. Não percebem as mudanças, acham que está tudo bem,
que vai passar, que é só dar um tempo! E "quebram" ou fazem um grande
estrago em suas empresas, "morrendo" inchadinhos e felizes, sem terem
percebido as mudanças. Outros, graças a Deus, aos serem confrontados com as
transformações, pulam, saltam; em ações que representam, na metáfora, as
mudanças necessárias.
Temos vários sapos fervidos por aí,
prestes a morrer, porém boiando estáveis e impávidos na água que se aquece a cada
minuto. Sapos fervidos que não perceberam que o conceito de administrar mudou.
O antigo "administrar é obter
resultados através das pessoas" foi gradualmente substituídos por
administrar é fazer as pessoas crescerem através do seu trabalho, atingindo os
objetivos da empresa e satisfazendo suas próprias necessidades".
Os sapos fervidos não perceberam,
também, que seus gerentes, além de serem eficientes (fazer certo as coisas),
precisam ser eficazes (fazer as coisas certas). E que para isso o clima interno
tem que ser favorável ao crescimento profissional com espaço para o diálogo,
para comunicação clara, para o compartilhamento, para o planejamento e para uma
relação adulta.
O desafio ainda maior está na
humildade de atuar de forma coletiva. Fizemos durante muitos anos culto ao
individualismo e a turbulência exige hoje, o esforço coletivo, que é a essência
da eficácia, como resposta. Tomar as ações coletivas exige, fundamentalmente,
muita competência interpessoal para o desenvolvimento e o espírito de equipe;
exige saber partilhar o poder, delegar, acreditar no potencial das pessoas e
saber ouvir 'Os Sapos Fervidos', que ainda acreditam que o fundamental é a
obediência e não a competência que manda quem pode e obedece quem tem
juízo,"boiarão" no mundo da produtividade, da qualidade e do livre
mercado.
Fonte: Luiz Carlos Cabrera - Professor da Fundação
Getúlio Vargas.
"Quando
nasce, o homem é fraco e flexível.
Quando
morre é forte e rígido.
A
firmeza e resistência, são sinais de morte.
A
fraqueza e flexibilidade, manifestações da vida."
Lao
Tsé, Tao Te Ching
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