Quando meu
marido anunciou calmamente que, após onze anos de casamento, havia dado entrada
em nosso divórcio e estava saindo de casa, meu primeiro pensamento foi para os
meus filhos. O menino tinha apenas cinco anos e a menina, quatro. Será que eu
conseguiria nos manter unidos e passar para eles um sentido de
"família"? Será que eu, criando-os sozinha, conseguiria manter o
nosso lar e ensinar-lhes a ética e os valores dos quais certamente precisariam
para a vida? A única coisa que eu sabia era que precisava tentar.
Frequentávamos
a igreja todos os domingos. Durante a semana, eu arranjava tempo para rever os
deveres de casa com eles e, frequentemente, discutíamos a importância de
fazermos as coisas certas. Isso me tomava tempo e energia quando eu tinha pouco
de ambos para dar. Mas o pior era não saber se realmente estavam absorvendo
tudo aquilo tudo.
Ao entrarmos
na igreja no Dia das Mães, dois anos após o divórcio, notei carrocinhas cheias
de vasos com os as mais lindas flores ladeando o altar. Durante o sermão, o
pastor disse que, a seu ver, ser mãe era uma das tarefas mais difíceis da vida
e que merecia não só reconhecimento como, também, recompensa. Assim, pediu que
cada criança fosse até a frente da igreja para escolher uma linda flor e entregá-la
à mãe como símbolo do quanto era amada e estimada.
De mãos
dadas, meu filho e minha filha percorreram o corredor com as outras crianças.
Juntos, refletiram sobre qual planta trazer para mim. Nós havíamos passado
momentos muito difíceis e esse pequeno gesto de valorização era tudo que eu
precisava. Olhei aquelas lindas begônias, as margaridas douradas e os
amores-perfeitos violetas e pus-me a planejar onde plantar o que quer que
escolhessem para mim, pois certamente trariam uma linda flor como demonstração
do seu amor.
Meus filhos
levaram a tarefa muito a sério e olharam cada vaso. Muito depois de as outras
crianças já terem retornado aos seus lugares e presenteado suas mães com uma
linda flor, meus dois ainda escolhiam. Finalmente, com um grito de alegria,
acharam algo bem no fundo. Com sorrisos exuberantes a iluminar seus rostos,
avançaram satisfeitos pelo corredor até onde eu estava sentada e me
presentearam com a planta que haviam escolhido como demonstração de seu apreço
por mim pelo Dia das Mães.
Fiquei
olhando estarrecida para aquele planta, quebrada, murcha e doentes. e que meu
filho estendia em minha direção. Aflita aceitei o vaso de suas mãos. Era óbvio
que os dois haviam escolhido a menor planta, a mais doente de todas... nem flor tinha. Olhando para rostinhos
sorridentes, percebi o orgulho que sentiam daquela escolha e, sabendo o quanto
haviam demorado para selecionar aquela planta em especial, sorri e aceitei a
lembrança.
Mais tarde,
no entanto, tive de perguntar de todas aquelas flores maravilhosas, o que os
havia feito escolher justamente aquela para me dar?
Todo
orgulhoso, meu filho declarou:
É que aquela
parecia precisar de você, mamãe.
Enquanto as
lágrimas escorriam pelo meu rosto, abracei meus dois filhos, bem apertado. Eles
acabavam de me dar o maior presente de Dia das Mães que jamais poderiam ter
imaginado. Todo o meu trabalho e sacrifício não havia sido em vão! Eles iam
crescer perfeitamente bem.
Patrícia A. Rinaldi
& Victor Hansen
Do livro: Histórias
para Aquecer o Coração das Mães
Jack Canfield, Mark Victor Hansen e outros - Editora Sextante
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